Perdemos como destino turístico no momento em que deixamos de lado nosso maior atrativo , a cultura local.



Desde o séc. XVIII, temos relatos de navegadores europeus que aportaram na Ilha de Santa Catarina, onde, descrevem a prática e a abundância da pesca nas enseadas e ancoradouros. Sendo uma das fontes de alimento dos poucos habitantes que viviam aqui, entre os quais, marinheiros desertores, portugueses, índios e alguns negros. Inclusive temos relatos da Praia dos Ingleses, norte de Florianópolis, sendo ela passagem obrigatória de reabastecimento à quem destinava-se a chegar aos mares dos sul em direção ao pacífico.

Há relatos da variedade de espécies e grandes cardumes, mas com o passar dos séculos, chegando ao presente dia, vemos cada vez mais a prática da pesca artesanal desaparecer e sucumbir as grandes traineiras de companhias pesqueiras, as quais, muitas vezes internacionais, que atravessam o atlântico em busca do pescado da Costa Sul-brasileira.

O fato que ainda contribuiu ao quase desaparecimento da pesca artesanal, foi o crescimento do turismo, a partir dos anos 70, com o grande boom ao final dos anos 80, onde, a maioria dos pescadores venderam seus ranchos a beira mar, para a construção de casas e demais meios de hospedagem.

Ultimamente o trade turístico tem reclamado muito da sazonalidade, pois a receita arrecada anteriormente já não basta para sobreviver durante a baixa temporada, mas ainda assim, continuamos a oferecer somente praia, sol e etc.

Devemos resgatar os costumes, a cultura e para que não nos tornemos apenas fornecedores de praias e natureza, a qual só existe em poucas reservas ainda intocadas pelas mãos devastadoras dos especuladores imobiliários, como a praia de Moçambique.

Com intuito de divulgar a pesca artesanal , os costumes e hábitos ilhéus, a história local, o artesanato e a cultura de forma geral e principalmente mostrar que podemos fazer do turismo uma forma de inclusão social e de troca de experiências entre visitantes e visitados, devemos dar mais atenção a cultura e a riqueza da nossa gente, da forma mais bela e lúdica, onde os protagonistas também são os narradores.



Fonte: Diego Bandeira Técnico em Turismo e Hotelaria Acadêmico de Administração e Marketing