Cases de sustentabilidade que mudam a história de São Paulo


Diante da grandiosa diversidade que encontramos no Brasil e no mundo, onde a exclusão social, a falta de educação, respeito ao próximo e ao meio no qual convivemos é gritante, como encontrar espaço para divulgar o bem?

Como ganhar força e engajar uma causa sustentável? Seja ela social, ambiental ou espiritual? Foi com esse objetivo que o II encontro de sustentabilidade realizado pela Seven Idiomas, “7 x 7 – A sustentabilidade não é só verde”, reuniu cerca de 100 pessoas engajadas em causas sociais sustentáveis, o qual apresentou cases de sucesso e oportunidades de trabalho.

Para as pessoas que buscam inspiração para iniciar uma nova causa sustentável em prol de uma vida melhor, não faltam oportunidades para exercer a caridade e a cidadania, basta ter atitude, o esforço será reconhecido no olhar das pessoas ou no verde de uma praça.

É em ambientes difíceis que inspiradores encontram mais forças para realizar o sonho de ajudar o próximo. Entre eles a Casa do Zezinho, fundada pela educadora Dagmar Garroux, localizada no triângulo da morte, Zona Sul de São Paulo, a qual através da pedagogia do arco-íris em que cada cor representa uma fase na casa Zezinho, as crianças têm total apoio, da fase infantil a adulta.

A Casa do Zezinho, nome que foi inspirado no poema “E agora, José?” de Carlos Drummond de Andrade, abriga hoje cerca de 1500 crianças, mas 10.000 já passaram pela Casa desde a sua fundação em 1986.

“Acredito que toda iniciativa que delata o que cada um está fazendo é importante, ainda vejo muita falta dessa iniciativa. A premissa do século XXI é a sustentabilidade, desde o meio ambiente até as pessoas, porque o ser humano é meio ambiente. Devemos plantar a sustentabilidade na cabeça das pessoas. A sustentabilidade é humana”, declara Tia Dag.

O espaço público próximo a sua casa está de qual forma? Um dos deveres do cidadão é agir e não esperar apenas do poder público. Foi através do sonho de uma criança realizar a festa de aniversário em uma praça pública que um grupo de pessoas iniciou o projeto Boa Praça. No último domingo de cada mês, esse grupo ocupa a praça do bairro com ações para implantar a cultura de ocupar o espaço público. Piquenique, praia na praça, biblioteca e outras ações são realizadas para chamar a população daquele bairro a se reunir e conhecer novas maneiras de entretenimento.

“Essa ação me fez mais próximo dos meus vizinhos formando uma grande amizade, além disso, damos ideia a novas iniciativas. Hoje já existe o projeto Boa Quadra e, com isso, vamos implantando essa cultura”, relata Steven Beggs, CEO da Seven Idiomas, o qual também é membro da bicicletada e implanta ações sustentáveis dentro da instituição como, por exemplo, o minhocário.

A fome pelo conhecimento levou à psicóloga, Sandra Simões a idealizar o projeto Gastronomia Solidária. Graças ao envolvimento em ações na Igreja do bairro voltado para alimentação, Sandra resolveu não apenas matar a fome, mas através dela dar uma nova oportunidade para as pessoas carentes ou em situação de rua. Com a parceria de 12 profissionais – chefes de cozinha - o projeto Gastronomia Solidária ensina variadas técnicas gastronômicas qualificando pessoas carentes ao mercado de trabalho.

“A mesma técnica ensinada em sala de aula de grandes universidades são aplicadas aos nossos alunos. Na verdade é uma troca de conhecimento, eles aprendem com a gente e nós aprendemos com eles”, explica Sandra.

Para a Monja Heishin, a sustentabilidade não é só verde, mas pensamento sustentável. “Quando a gente acredita nas coisas e olha para elas com pensamento positivo a transformação acontece”, diz. A Monja está há 27 anos na vida pública e iniciou a Cultura de Paz dentro da Assembléia Legislativa.

Uma forma diferente e inusitada de encontrar a sustentabilidade é através do movimento das danças circulares. A arquiteta Mônica Goberstein deixou a construção civil para atuar na construção da vida das pessoas através da dança.

“O que acontece na roda de dança é o que acontece na vida das pessoas. Existem apenas duas regras, a primeira é: você pode errar, como na vida, e a segunda; você não pode parar. Uma hora você puxa o outro e por outra vez você é puxado, é um circulo”, explica Mônica.

A sustentabilidade não é só meio ambiente é também cuidar do ser humano. Fazemos parte de um todo e se o todo é danificado estamos agredindo a nós mesmos. “O ideal dessa iniciativa é divulgar ideias sustentáveis, fazer circular projetos e pessoas com os mesmos ideias, se agregar a elas e ampliar para o nosso convívio”, declara Beggs.