Sacolinhas plásticas biodegradáveis ou caixa de papelão?


Um estudo inédito realizado no Brasil aponta riscos e as vantagens e desvantagens do uso e descarte de três diferentes tipos de embalagens disponibilizadas nos supermercados do país, utilizadas para o transporte dos produtos comprados pelos clientes.

A empresa EcoSigma, responsável por esse trabalho, fez a comparação entre sacolas produzidas com a tecnologia de plásticos oxibiodegradáveis, de plásticos hidrobiodegradáveis e também com caixas de papelão.

Uma das revelações do estudo mostra que as sacolas hidrobiodegradáveis são as únicas a representar custos para o consumidor, de R$ 0,19 por unidade. O que pode significar que uma compra no supermercado pode ficar mais de 3% mais cara por conta deste tipo de sacola.

O trabalho também revela que nos supermercados que vendem este tipo de sacola, os sacos plásticos para lixo estão custando até 235% a mais, aumentado ainda mais os gastos das pessoas em suas compras básicas.

No quesito higiene, as caixas de papelão distribuídas pelos supermercados são as grandes vilãs. Análises microbiológicas realizadas nas caixas de papelão revelaram uma grande quantidade de fungos, bactérias e diversos microorganismos nocivos à nossa saúde. Ou seja, consumidores estão levando caixas contaminadas para suas casas, oferecendo também um grande risco de contaminação dos alimentos comprados nos supermercados. Por outro lado, nenhuma contaminação foi detectada nas sacolas plásticas biodegradáveis.

Outra conclusão do estudo mostra que, o descarte (transporte até os aterros ou até a reciclagem) das caixas de papelão tem um custo muito maior, que chega a 125% em relação às sacolas oxibiodegradáveis. O mesmo estudo mostra aumento do consumo de combustíveis, de emissões atmosféricas, do número de caminhões para transporte destas caixas quando destinadas aos aterros.

No descarte e reciclagem, as oxibiodegradáveis também apresentam outra grande vantagem sobre as outras opções de embalagem. Enquanto as sacolas hidrobiodegradáveis são recusadas pelos recicladores por causarem sérios transtornos à cadeia de reciclagem de plásticos convencionais, as sacolas oxibiodegradáveis são bem aceitas e recicladas juntamente com os plásticos convencionais e são fabricadas a partir de plásticos convencionais reciclados.

Outras duas características chamaram a atenção nesse estudo sobre os três tipos de embalagem. Primeiro, o fato das oxibiodegradáveis serem mais leves que as hidrobiodegradáveis e muito mais leves que as caixas de papelão. Isso diminui substancialmente os impactos ambientais na hora do transporte, estocagem, consumo de energia na produção, e queima combustíveis no transporte até a destinação final.

Em segundo lugar, ao serem apresentadas a uma Cooperativa de Reciclagem, as sacolas oxibiogradáveis, fabricadas com d2w, da Res Brasil, e as caixas de papelão foram bem aceitas, enquanto as hidrobiodegradáveis foram consideradas rejeitos sem qualquer aproveitamento, mesmo tendo custado R$ 0,19 a unidade para o consumidor.

O estudo conclui que não existe nenhuma vantagem ambiental na distribuição de caixas de papelão para o consumidor, no sentido que esta prática inviabiliza a cadeia da reciclagem do material, além de oferecer sérios riscos à saúde das pessoas.

Em relação às sacolas hidrobiodegradáveis, conclui não haver sentido a sua venda pelos supermercados para o consumidor em locais onde não existe coleta específica, nem destino para instalações adequadas onde poderiam ser compostadas, colocando em risco toda a cadeia de reciclagem dos plásticos convencionais caso sejam misturadas a estes materiais durante o processo de reciclagem.

O estudo aponta que sacolas oxibiodegradáveis não representam custos para o consumidor, são recicladas e mais leves, sem perder a característica de resistência necessária para o transporte das compras.