A solidão e o espelhamento na sociedade contemporânea são os grandes vilões dos executivos atuais?


Segundo a professora-doutora Ivani Manzzo, a angustia da competitividade da sociedade imagética, a de “ter” e não “ser”, pode levar esses profissionais a problemas sérios, como diabetes, derrames e infarto.

Muitos profissionais se orgulham de trabalhar mais de 14 horas por dia. Deixar em segundo plano a família, a vida pessoal, os momentos diversão e, principalmente, a saúde. Esse perfil é bem comum entre os homens de 30 a 60 anos que estão atuantes no mercado. E entre os mais novos também, que almejam conquistar cargos mais altos em pouco tempo.

“Alguns só percebem a importância de desacelerar, viver plenamente, quando fatalidades acontecem com eles ou com pessoas próximas. Colocaram padrões estabelecidos como carro importado, bens e roupas de grifes. Além disso, o homem criou essa correria desenfreada, sem priorizar a vida”, explica a professora-doutora Ivani Manzzo, coach e especialista em qualidade de vida (corporativo, obesidade, esportes, gestantes).

De acordo com Ivani essa tal “urgência” foi criada pelo homem e não há quem comprove cientificamente esse assunto. E ela pode ser mudada, claro. “Quem disse que o executivo tem que ser workaholic, compulsivo e viciado em trabalho e do que adianta ter dinheiro e não ser saudável?

A coach também ressalta que uma das queixas desses profissionais é a falta de tempo, mas nós somos os sabotadores. O tempo não acaba. Para ela não há segredo e nem receita de bolo, as atitudes devem ser trocadas imediatamente. O executivo tem que executar, atribuir, saber administrar o tempo. Toda tarefa é um grande dialogo em equipe:

1- Triar prazos, metas e prioridades.Delegar as funções. Será que tem equipe suficiente?

2 - Se tem um gerente, deixar ele executar a sua função. Não dividir o tempo com ele.

3- Checar os prazos reais e humanos a serem cumpridos para, por exemplo, entregar aquele relatório.

4- Não parar toda hora para tomar café. Concluir as tarefas diárias e não perder tempo. Trabalhar na hora certa. Se divertir na hora certa. “Sem contar que café demais faz mal a saúde”.

Com uma conta na ponta da língua, Dra Ivani dá mais um exemplo do dia a dia desse profissional, só que do jeito errado: “A reunião começa às 10h e às 12h ainda não acabou. Os participantes resolvem continuar e passar da hora do almoço. Acaba às 14h e depois vão almoçar. Voltam às 15h30 cansados”.

Ela nos conta que com o mesmo tempo gasto é possível preservar a saúde e o bem-estar. A dica acertiva é almoçar às 12h, voltar às 14h para a segunda fase do encontro e será finalizada a reunião no mesmo período.

Ressalta ainda que alguns executivos se acostumaram com essa má qualidade de vida. Trata-se de uma mentalidade antiga e ultrapassada. As empresas querem pessoas ativas, sadias e proativas. O obvio às vezes fica difícil de ser enxergado e o condutor (coach) é essencial para incentivar aqueles que estão na beira do abismo e já perceberam que a única saída é mudar de atitude.

Outra percepção de Ivani é o comportamento das tribos de executivos, que se agrupam e tem muitas afinidades em comuns como se vestirem com o mesmo estilo, gostarem dos mesmos carros, marcas e irem nos mesmos restaurantes. Segundo sua pesquisa e experiência de atendimento, a maioria dos profissionais se alimenta mal, com muita gordura saturada, embutida nos alimentos.

A dica é se questionar: essa barriga está de bom tamanho ( um dos índices de problemas cardíacos)? Meus olhos estão com boa energia? Minha pele está boa? Tenho dores no corpo?

“Troque carne vermelha por alimentos crus, cozidos. Optar por sopas neste inverno. Ajudam na digestão e a pessoa não fica com a sensação de sono e corpo pesado. Mas não se esqueçam, a melhor refeição é o café da manhã, não há mistério”.

Enviado por : Profª Drª Ivani Manzzo
• Formada em Ciências Biológicas pela Universidade de São Paulo (1984),
• Mestra em Farmacologia (ênfase em Fisiologia do Exercício) pela Universidade Federal de São Paulo (1998) e
• Doutora em Ciências (ênfase em Fisiologia do Exercício) pela Universidade Federal de São Paulo (2002).
• Vasta experiência na área de Fisiologia, com ênfase em Fisiologia do Exercício, atuando principalmente nos seguintes temas: metabolismo, exercício, obesidade, treinamento e gestação.
• Especialista em coaching em qualidade de vida.