Dados do E-Commerce no Brasil





Executivos do setor comentam sobre multicanais e os desafios do comércio eletrônico no Brasil

“A inclusão econômica das classes CDE vem desenhando um novo cenário no Brasil”. A afirmação foi feita, ontem (09/8), em São Paulo, por Rafael Lourenço, gerente de Inteligência da ClearSale, durante a 1ª edição do E-Trends Workshop ClearSale.

Segundo ele, o poder de compra das classes emergentes reflete-se no comércio eletrônico. “Mais de 50% das transações online do setor de telefonia celular são realizadas por esse público”, revela o executivo.

O acesso dessas famílias ao turismo também tem contribuído para o financiamento de viagens. De acordo com Lourenço, “o potencial de consumo dessas classes se traduz em mais de 40% das vendas online desse setor”.

Sobre o perfil de e-shoppers, o executivo afirmou que há uma diferença no uso da Internet para compras, levando-se em conta as faixas etárias.

“Os baby boomers, pessoas acima de 52 anos, compram até cinco vezes mais materiais de construção (19,5%) do que utilizam clube de compras (4%)”, observou Lourenço. Porém, segundo ele, a Geração Y, pessoas com menos de 30 anos, compram até três vezes mais roupas e acessórios (53,5%) no ambiente online do que eletrodomésticos (17,4%).

O executivo apresentou, também, dados que mostram um movimento curioso verificado nas vendas online por cidade.

“Em 2011, as cidades onde mais se praticou o e-commerce não são as mais populosas, nem aquelas com maior renda per capita, no entanto, são as que mais acessam a internet, como Belo Horizonte”.

A penetração de São Paulo no comércio eletrônico, por exemplo, caiu do 3º para o 4º lugar, comparando-se 2011-2012.

Em seguida, foi realizado um amplo painel que reuniu Roberto Wajnsztok (Walmart), Rodolpho Gurgel (Peixe Urbano), Helio Politto (Onofre Eletro), Luiz Pavão (Daslu), Rodrigo Roda (Internet Innovation) e Roberto Eckersdorff (Aunica), com mediação de Fabio Pires (Internet Innovation).

Durante o debate, ganharam espaço, entre outros, os temas ligados aos desafios do alinhamento entre a ferramenta tecnológica e a criação de uma cultura empresarial.

“Antes de entrar no frenesi da tecnologia, precisa-se fomentar a transmissão de uma marca única dentro das empresas, já que muitas vezes o departamento de vendas online não mantém comunicação com as lojas físicas”, afirmou Roda.

O reflexo disso, segundo Eckersdorff, presidente da Aunica, é o pouco foco das empresas no consumidor final. “Há muitas oportunidades para as empresas se aproximarem do usuário das redes sociais”, disse.

Essa afirmação foi corroborada por Gurgel, diretor de Alianças e Novos Negócios do Peixe Urbano. “Trabalhamos num mercado que muda constantemente, com um perfil de consumidor mais exigente e com muito mais informações”, detectou o executivo.

Percebendo essas oportunidades do e-commerce, a Onofre Eletro, que tem apenas seis meses de operação, partiu para se diferenciar no varejo online.

“Estamos completamente focados na análise e recuperação de carrinhos abandonados em nosso site e na entrega de produtos em até quatro horas na capital paulista e Grande São Paulo”, disse Politto, diretor comercial da empresa.

Segundo Wajnsztok, diretor de Marketing e Novos Negócios do Walmart, a atuação das chamadas customer companies, empresas voltadas para os consumidores, devem ganhar espaço nos próximos anos.

“Eles estão em constante movimento e, por isso, é necessário estudar as informações colhidas do ambiente online que são relevantes para o negócio, pois servirão para os estrategistas tomarem as decisões”, finalizou.



Enviado por : Fábio Hyppolito