Livro aborda hotelaria e comércio de luxo



O professor Carlos Henrique Costa da Silva, do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH) do Campus Sorocaba da UFSCar, lança no dia 13 de setembro, na cidade de São Paulo, o livro "A Hotelaria e o Comércio de Luxo nas Metrópoles de São Paulo e Buenos Aires". 

O livro, resultado de sua pesquisa de pós-doutorado realizada em 2012 na Argentina, apresenta a questão da centralidade que os artigos de luxo possuem na estruturação da sociedade contemporânea, bem como uma análise sobre o lugar do comércio, do consumo e da hotelaria de luxo no processo de formação e desenvolvimento territorial e econômico de ambas as cidades. 

Também propõe um debate sobre o turismo e o consumo do espaço urbano a partir do processo de valorização do patrimônio cultural, no caso de Buenos Aires, e da valorização do "sempre renovar-se”, no caso de São Paulo. 

"A análise da implantação de hotéis classificados como de luxo, acompanhados por um crescente mercado consumidor de objetos que se destinam a uma classe social disposta a se distinguir pelos bens que a ornamentam, permite compreender o movimento de redefinição da centralidade na metrópole paulistana e, em outro ponto, compreender a apropriação pelo capital do patrimônio arquitetônico da metrópole portenha", conta o docente.

Para Carlos Henrique, as duas metrópoles vivem atualmente momentos antagônicos. Enquanto São Paulo ganha novos empreendimentos comerciais de luxo como grandes shoppings centers - que passam a abrigar as mais famosas marcas internacionais do mundo da moda, design e automobilístico -, Buenos Aires assiste a saída de grande parte do capital internacional deste ramo e praticamente proíbe a entrada de futuros e novos investimentos em decorrência de uma política federal de restrição às importações. 

"São Paulo se consolida mundialmente como uma das mais novas e importantes praças de comércio de luxo ao lado de cidades como Moscou, Xangai e Dubai. Já Buenos Aires, que foi importante capital de comércio de luxo no início do século XX e final da década de 1990, vê seu papel cada vez mais diminuído em âmbito internacional quando o assunto é consumo de artigos de luxo", explica Carlos Henrique.

São Paulo se destaca, inclusive, como a cidade que tem as maiores taxas de crescimento no consumo de artigos de luxo da América Latina nos últimos cinco anos. Segundo o professor, a razão para esta ascensão se deve, entre outros fatores, ao aumento da renda de importante parcela da população, o que levou as empresas do setor de luxo a enxergarem no Brasil um enorme mercado para investir. 

Aliado a este fato, a política externa brasileira de importações se efetivou e se consolidou com regras claras coordenadas pelo mercado sem a intervenção do governo federal, diferente do que aconteceu na Argentina. Carlos Henrique diz, entretanto, que a tentativa de um estudo comparativo entre as duas cidades foi superada com o decorrer da sua pesquisa e composição do livro. 

"Deste modo, destacamos características do mercado hoteleiro e do comércio de luxo em ambas as cidades por meio de suas próprias características, produto da formação socioterritorial de cada país."

O lançamento do livro "A Hotelaria e o Comércio de Luxo nas Metrópoles de São Paulo e Buenos Aires" acontece das 15h30 às 18 horas na livraria Martins Fontes, localizada na Avenida Paulista, 509, São Paulo. 


Fonte: UFSCAR