Como se forma o granizo?


O granizo, fenômeno meteorológico caracterizado pela precipitação de gelo, se forma em condições bastante específicas: em nuvens de tempestade com grande desenvolvimento vertical (nuvens cumulonimbus). O topo desse tipo de nuvem atinge altos níveis da atmosfera, onde a temperatura chega a valores negativos, podendo congelar as gotículas de água dentro da nuvem.

A meteorologista da Squitter, Taciana Weber, explica que no interior das cumulonimbus existem correntes descendentes e ascendentes de ar, quando a gotícula de água é submetida a uma corrente ascendente, ultrapassa a isoterma de 0°C (temperatura de congelamento da água), congelando-a e, depois de congelada, a gotícula é transformada em cristal de gelo e permanece sujeita às correntes ascendentes e descentes, o que provoca o aumento do cristal de gelo, até que ele ganhe peso suficiente para vencer a força da gravidade.

Muitas vezes, quando o granizo sai do ambiente da nuvem, com a temperatura mais elevada, ele acaba entrando em fusão (passagem do estado sólido para o líquido) chegando à superfície novamente como gota de água.

“Prejuízos na agricultura, danificação em redes elétricas, edificações e casas, queda de árvores e muitos outros transtornos são comuns na ocorrência de chuva com granizo. Diversos tamanhos de cristais de gelo podem ocorrer em uma tempestade, desde o de uma bola de gude até o de uma bola de tênis”, exemplifica Taciana. 


O maior granizo registrado, segundo a NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration), foi em uma tempestade nos EUA, no estado de Dakota do Sul, em que atingiu cerca de 47,3 cm de circunferência com 880 gramas.

Segundo a EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) a região do Brasil onde a ocorrência desse fenômeno é mais comum é a porção centro-sul do país. 
O Sul do país, por ser uma região influenciada por diferentes tipos de sistemas meteorológicos, tais como SCM's (Sistemas Convectivos de Mesoescala) e CCM's (Complexos Convectivos de Mesoescala), que abrangem milhares de quilômetros e, também, por ser uma região frontogenética, ou seja, favorável a formação de frentes frias, todos esses fenômenos são suscetíveis a formação do granizo.

Em regiões tropicais, a ocorrência de granizo é menor ou quase inexistente, devido a expansão da atmosfera nessas latitudes. A isoterma de 0°C se localiza em níveis muitos altos da atmosfera e o desenvolvimento vertical das nuvens para a formação do granizo nessas regiões precisa ser muito maior que em médias latitudes, dificultando a formação do granizo.

Nesse sentido, é fundamental o monitoramento através de ferramentas, como por exemplo, radares meteorológicos. Outro fator relevante nessas situações é o conhecimento sobre as condições atmosféricas específicas favoráveis à formação do granizo para emissão de avisos e alertas a fim de minimizar possíveis prejuízos e riscos à população.




Fonte: Renata Jordão