Um roteiro de tradições no Rio Grande do Sul

   Casa de Cultura de Lajeado (RS). Crédito: Prefeitura Municipal

Lajeado, onde a Casa de Cultura é considerada uma das mais belas do estado. Na cidade de cerca de 70 mil habitantes, a colonização alemã deixou sua marca inconfundível presente, por exemplo, nas construções em estilo enxaimel ainda muito encontradas na cidade. Os parques do Engenho, Histórico de Lajeado e Professor Theobaldo Dick também valem uma visita. O Jardim Botânico é outra atração procurada por turistas, assim como a Praça da Matriz.

Encantado é uma das 10 cidades integrantes da rota turística da Erva Mate, repleta de paisagens com plantações de Mate. A cidade também é conhecida pela forte influência da imigração alemã e italiana presente, principalmente, na culinária local. Despertam a atenção dos visitantes ainda a Lagoa da Garibaldi, a seis quilômetros do centro, e a igreja Matriz de São Pedro que abriga o Memorial Santo Sudário com uma réplica da relíquia original que está em Turim, na Itália.

    Santa Cruz do Sul. Crédito: Prefeitura Municipal

Em Santa Cruz do Sul (RS), cidade colonizada por alemães e que recebe a maior Oktoberfest do estado, muitos atrativos locais remetem à cultura germânica, como a Cervejaria Heilige, o Santuário de Schoenstatt e o Monumento ao Imigrante Alemão. A Catedral São João Batista, maior templo em estilo neogótico de toda a América Latina, impressiona pela beleza de sua construção e é um dos principais cartões-postais do município.

    Santa Maria. Crédito: João Alves

Santa Maria  conta com atrativos como o Museu de Arte de Santa Maria, a Catedral do Mediador, a Catedral Metropolitana, a Basílica Nossa Senhora Medianeira e a Praça Saldanha Marinho. O voo livre é outra opção bastante procurada por turistas na região.

    Canguçu. Foto: Prefeitura de Canguçu

São Sepé é conhecida pelo Fogo de Chão que não se apaga há mais de 200 anos, na Fazenda do Boqueirão. Seis gerações mantêm aceso o fogo que se “reunirá” com o símbolo olímpico. A cidade que guarda a eterna chama gaúcha é uma homenagem a Sepé Tiaraju, índio que lutou contra as tropas ibéricas na disputa pelo Rio Grande do Sul. A gruta do Marco e a Igreja de Nossa Senhora das Mercês são outros atrativos locais, além de uma magnólia centenária, que servia de sombra ao índio Sepé, no centro da cidade.

Na cidade vizinha de Caçapava do Sul, um dos principais atrativos é a Pedra do Segredo. O monumento natural é formado por duas montanhas, muito semelhantes, com cavernas e labirintos explorados pelos visitantes e montanhistas. A “Porteira do Pampa Gaúcho” oferece opções de turismo rural, histórico, científico, ecológico, ufológico, cultural e de aventura com prática de voo livre, canoagem e rapel, além de mountain bike e off road. Caçapava do Sul foi a segunda das três capitais da Revolução Farroupilha (1835-1845). A Casa dos Ministérios, que sediava o governo dos Farrapos e o forte Dom Pedro II, em forma de hexágono, então entre os atrativos históricos.

O Museu Capitão Henrique José Barbosa está entre os atrativos de Canguçu. Outro local de visita e romaria é o mirante do Parque Turístico Nossa Senhora da Conceição com santuário e estátua da padroeira. O município de 50 mil habitantes se destaca como a “Capital da Agricultura Família” por ter 14 mil minifúndios e grande oferta de produtos regionais.
               
    
    Rio Grande. Foto: Embratur

Rio Grande é a cidade mais antiga do estado e deu nome ao Rio Grande do Sul. O turismo está ligado ao centro histórico, com destaque para o casario antigo, monumentos, a catedral de São Pedro e o porto velho, com cinco armazéns e frota de apoio a pesquisa, turismo e lazer. Parte dos armazéns abriga a Festa do Mar, maior evento da cidade, e os museus do Porto e Náutico. Fundada em 1737, a cidade está situada no extremo sul do estado, entre a Lagoa Mirim, a Lagoa dos Patos e o oceano Atlântico. Outro atrativo é o Balneário do Cassino, praia com 254 quilômetros de extensão. Os molhes da barra, considerados uma das maiores obras de Engenharia Oceânica do mundo, estão entre as atrações da praia.


    Pelotas Charqueada. Foto: Prefeitura de Pelotas

Pelotas comemorou 204 anos em 07 de julho. A cidade ostenta muitos atrativos turísticos entre prédios históricos, teatros, museus e monumentos, como as catedrais de São Francisco de Paula (católica) e do Redentor (anglicana); e belezas naturais, como a praia do Laranjal, de água doce; e as cachoeiras Arco Íris e Paraiso. A Feira Nacional do Doce é um dos destaques do município localizado no Sul do estado. Pelotas foi o berço das charqueadas, em geral galpões cobertos onde a carne salgada é exposta para o processo de desidratação. A cidade de 340 mil habitantes é a terceira do Rio Grande do Sul e fica no canal de São Lourenço que liga as lagoas dos Patos e Mirim, as maiores do Brasil.

    Ruínas de São Miguel das Missões / Crédito: Embratur


São Miguel das Missões possui o conjunto arqueológico mais importante do Brasil e patrimônio cultural da humanidade, reconhecido pela Unesco. Trata-se do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, conhecido como Ruínas de São Miguel das Missões. O conjunto, remanescente dos Sete Povos das Missões Jesuíticas na América, impressiona por sua grandiosidade. Integra o roteiro turístico local a Aldeia Guarani, o Museu das Missões, a Cruz Missioneira, a Fazenda da Laje, a Fonte Missioneira, o Ponto de Memória Missioneira e o Pórtico com escrita em guarani – CO YVY OGUERECO YARA, que significa "esta terra tem dono". Outros atrativos da Região das Missões são a Catedral Angelopolitana, de Santo Ângelo; os Sítios Arqueológicos de São João Batista, São Lourenço e São Nicolau; e o Circuito Internacional das Missões Jesuíticas – Brasil, Argentina e Paraguai.

Os objetivos da Companhia de Jesus eram a doutrina e a catequese. Os índios guarani tornaram-se artífices (metalúrgicos, tipógrafos, escultores, pintores, músicos e ceramistas). Com a expulsão dos jesuítas (1768), a região que foi colônia espanhola, a partir de 1801 passou para o domínio de Portugal. A população local, que era de 4.492 indígenas no início da missão (1694), foi reduzida a 600 nativos na independência do Brasil (1822). A Guerra Cisplatina (1828) destruiu o que restava da civilização missioneira.

Uma curiosidade é que as missões eram compostas basicamente da igreja, colégio, oficinas, cemitério, cotiguaçu (casa grande das viúvas que, entre outras atribuições, cuidavam dos órfãos), e hospedaria. Em volta da missão, as casas dos nativos formavam a redução indígena.

    Ruínas de São Miguel das Missões / Crédito: Embratur

Santo Ângelo foi o último dos Sete Povos das Missões e chegou a ter oito mil habitantes no apogeu do domínio espanhol, mas foi destruída a partir de 1756 com a chamada Guerra Guaranítica. Hoje, a cidade possui uma rica cultura por causa de etnias que se estabeleceram com a vinda de imigrantes. Entre as atrações turísticas estão os museus Dr. José Olavo Machado, Marechal Rondon e Ferroviário. A Catedral Angelopolitana, o Santuário de Schoenstatt e o Memorial Coluna Prestes, primeiro monumento de Oscar Niemayer no estado, integram o roteiro turístico por onde a tocha olímpica vai passar na "Capital das Missões".

Ijuí está localizada na região turística da Rota do Yucumã. A cidade mantém suas raízes preservadas através de três Centros de Tradições Gaúchas “CTG's”. A Usina Velha é a mais antiga geradora elétrica do Rio Grande do Sul em operação e oferece infraestrutura para receber turistas, com cascata e belas paisagens. Ijuí recebeu imigrantes de várias nacionalidades e é conhecida por “Terra das Culturas Diversificadas”. 

Essa diversidade cultural é representada por dezenas de etnias numa exposição anual que atrai visitantes para a cidade.Cruz Alta, na Rota das Terras Encantadas, é a cidade de pernoite da Tocha Olímpica e terra do escritor Érico Veríssimo, nome do museu local e uma das atrações do município. 

Outros pontos turísticos são a Casa de Cultura, o Palácio da Intendência, a Maria Fumaça, a Cascata Nossa Senhora da Conceição, o Marcos Nossa Senhora de Fátima e o Marco Inicial. A cidade ficava na linha do Tratado de Santo Ildefonso (1777), divisória das terras de Portugal e Espanha. O local era demarcado por uma grande cruz erguida pelos Jesuítas em 1698.

Fonte: MTur /Geraldo Gurgel